ENTENDENDO O PURIM (POR DR. ISAAC DAHAN)
MISHENICHNAS ADAR MARBIM BESSIMCHÁ
(Quando entra o mês de Adar aumenta a alegria)
Uma das celebrações do ano festivo judaico, Purim é o período em que o bom humor da comunidade sobe ao nível mais alto. Os acontecimentos que esta festa relembra tiveram um curso tão inesperadamente favorável que a sua simples recordação já tem efeito contagioso e produz nos judeus de todos os tempos o mesmo transbordamento de júbilo que em sua época provocaram estes episódios.
Purim é celebrado em 14 de Adar e comemora um acontecimento da vida judaica na Pérsia no ano 3408 (estamos em 5771), antes da reconstrução do Templo Sagrado. Sua heroína é a rainha Esther, escolhida pelo rei Achashverosh que, ignorando sua origem judaica, a desposara. Esther se mantinha, contudo, fiel à sua fé, graças à direção espiritual que sobre ela exercia seu tio Mordechai.
Em virtude da denúncia de uma conspiração, Mordechai chegara a gozar da intimidade do rei, conquistando para si, assim, a inimizade e a inveja do primeiro ministro Haman. Para desfazer-se do judeu que detestava, não achou Haman melhor meio que o de despertar no rei a desconfiança contra “esse povo espalhado e dividido entre todos os povos, cujas leis são diferentes das dos demais”, e obteve a autorização para fazer exterminar todos os judeus do reino num dia que se escolheria por sorte e que veio a ser 13 de Adar.
Foi quando a intervenção de Esther salvou o seu povo. Induzida por Mordechai revelou ao rei sua condição de judia e conseguiu a anulação do decreto fatal. Purim tem seu nome da palavra Pur, que significa “sorte”, pois que por sorteio escolhera Haman o dia em que se haviam de cumprir seus sinistros desígnios..
É importante conhecer em Purim (citações resumidas):
Meguilat Esther - Em Purim deve-se ouvir a leitura da Meguilat Esther, na qual consta a história de Purim. O Talmud nos ensina a seguinte regra: As profecias que serão necessárias para as gerações futuras foram escritas e as que não serão necessárias não foram escritas. Isto significa que de todas as profecias e acontecimentos com nossos antepassados, somente foram escritos no Tanach (Bíblia completa) aqueles que têm algo a nos ensinar. A Meguilat Esther faz parte do Tanach e, portanto contém ensinamentos para todas as gerações.
Mishloach Manot - É o envio de alimentos. No dia de Purim, entre o nascer e o pôr-do-sol, devemos enviar pelo menos dois alimentos a um amigo, símbolo da irmandade e amizade entre os judeus. Os comestíveis devem ser de categorias diferentes de berachot: um bolo e uma fruta, por exemplo.
Matanot Laevyonim - Em Purim lembramo-nos dos pobres e necessitados com mais generosidade que em outros dias, oferecendo-lhes presentes e donativos. É o que chamamos de matanot laevyonim, presentes aos necessitados. É melhor dar dinheiro ou comida. Maimônides diz que não existe maior felicidade que a de alegrar o coração dos pobres.
Seudat Purim - É a refeição festiva que fazemos no dia de Purim, entre o nascer e o pôr-do-sol. Normalmente costuma-se iniciar a Seudat Purim no final do dia, estendendo-se noite adentro. A palavra festa é a chave de toda a história de Purim. As comemorações nos ensinam que, além da oração e do jejum, com o que se acredita geralmente estar servindo a D’us, podemos também servir ao Criador com simchá - alegria. Os alimentos e as bebidas habituais também podem ser elevados a um nível especial. A Seudat Purim este ano será na Hebraica às 16:00 h, logo após a domingueira especial.
Jejum de Esther - Tal qual nos relata a Meguilat Esther, no dia em que o povo de Israel deveria ser aniquilado pelos seus inimigos, isto é, no dia 13 de Adar, os judeus conseguiram sua salvação vencendo o adversário. Este 13 de Adar foi declarado, então, como sendo um dia de jejum, em memória da petição que a rainha Esther fez ao povo, para que jejuassem e suplicassem a D’us pela anulação da malvada sentença de Haman. Este jejum em geral vai da aurora ao pôr-do-sol. Há os que só o terminam após ouvir a leitura da Meguilá.Apesar da vitória, jejuamos para que a cada ano, através das gerações, recordemos que nossos inimigos continuam à nossa espreita. Apesar de termos vencidos naquela e em outras ocasiões, não temos assegurado a vitória em combates vindouros. É por isso que a alegria de Purim não pode ser completa e deve ser precedida por um dia de jejum, de reflexão e de aflição, pois somente por meio de nossas boas ações e do nosso arrependimento sincero conseguiremos vencer sempre os nossos inimigos.
Presentes às crianças - Elas esperam ansiosamente este dia; devem ser estimuladas cada vez mais da importância e significado de Purim. Seja generoso, valem todos os presentes especialmente “maôt” - dinheiro.
Shushan Purim - Devido ao fato de a cidade de Shushan (a capital persa) ter celebrado Purim no dia 15 de Adar, as cidades que, como Shushan, estavam cercadas de muralhas desde os dias de Josué, deveriam celebrar Purim um dia mais tarde. Este dia é agora denominado Shushan Purim. Em Jerusalém, Purim é celebrado no dia 15 e não em 14 de Adar como na diáspora.
Festejos de Purim - É um costume muito difundido nas comunidades judaicas realizar desfiles e celebrações do tipo carnavalesco e festas em Purim. O uso de fantasias e todos os tipos de folguedos, divertimentos e máscaras, especialmente por crianças, são formas muito populares das festividades de Purim. As máscaras têm sua origem na França tendo se estendido para outros países inclusive Israel. Já é tradicional a eleição da Rainha Esther entre as jovens presentes aos festejos.
Raashan - É um instrumento sonoro (reco-reco) utilizado na Sinagoga durante a leitura da Meguilat Esther. Toda vez que o leitor pronuncia o nome de Haman, aquele que tramou contra os judeus, o instrumento é tocado. A idéia deste costume é a de apagar simbolicamente Haman da nossa memória, através do barulho dos raashanim.
OZNEI HAMAN (Doce típico de
Purim)
Preparar, comer e enviar -
oznei Haman - doce feito no formato de um
triângulo (“a orelha de Haman”) recheada com
geléia.bi
Doce
Ingredientes da massa250g de margarina sem sal1 ½ copo de açúcar4 ½ copos de farinha de trigo4 ovos1 colher (sopa) de fermento em póIngredientes da massa1 copo de geléia de sua preferênciaModo de Fazer1. Misturar farinha de trigo, açúcar e fermento em pó.2. Acrescentar a margarina, cortada em pedaços, misturando até formar uma farofinha.3. Colocar os ovos e trabalhar a massa até que fique homogênea.4. Enrolar a massa em bolas, como brigadeiros grandes e achatá-las, formando pequenos círculos.5. Colocar um pouco de geléia no centro de cada uma e fechá-la como esfiha.6. Colocar em forma untada e levar ao forno por 30 minutos.